“Oi, é do marketing? Então... Deixa eu te perguntar, precisava fazer um convite pra festinha de 1 ano do meu filho, você conhece alguém que faça? Você faz pra mim?”
“E aí? E a festa de fim de ano, hein?”
“Precisa ir ao centro da cidade comprar os acessórios pra festa de fim de ano, você pede pro cara do marketing?”
“Vem cá, vocês aí do marketing escrevem bem, escrevem bonito... Como podemos fazer esse e-mail aqui para os clientes? É só pra falar que mudamos de endereço, mas queria alguma coisa criativa... Ahh publicitário é sempre criativo, né?”
É... Publicitário é sempre criativo. É o cara que faz de tudo um pouco, mas faz diferente e, provavelmente, faz melhor. Talvez não tão bem quanto um especialista, mas, sem dúvidas, acima da média dos não criativos. O cara do marketing é aquele boy de luxo, que vai buscar os brindes em um fornecedor bacana e que busca referências nos sites gringos para atender às expectativas do cliente que a equipe está prospectando.
Ele entende dos programas de computador sim, mas não é TI. Muito embora seu telefone toque algumas vezes com dúvidas sobre como configurar o Outlook ou como fazer para a rede voltar. Ele escreve bem sim e talvez até conheça alguns jornalistas, mas, não tem o contato do William Bonner e, portanto, talvez não seja possível “anunciar” a empresa “em uma reportagem” do Jornal Nacional.
Mas ele vai sim correr atrás do que dá para fazer. Vai buscar soluções, opções, indicações... “Ah... Só vocês mesmo para terem essa ideia!”
É... A gente se vira.
Entendo que a publicidade trabalhe em três frentes: solução de problemas, melhora da experiência e antecipação de necessidades e, para realizar tudo isso, não dá para ter preguiça de trabalhar, não, jovem universitário.
A faculdade vai te dar a base e cabe a você correr atrás de especializações: inglês é mandatório, porque você precisa minimamente saber o que é briefing, prospect ou estar preparado para uma “tempestade do cérebro”. Também é interessante que conheça os programas de design para não passar vergonha quando “o cara da agência” (ou o publicitário especialista em arte) te pedir o logo CMYK em vetor. Aprenda a escrever para os diferentes tipos de públicos, pois nunca se sabe quando estará criando conteúdos para uma rede social ou quando precisará redigir um comunicado à imprensa. Aprenda a entender a cabeça de toda essa gente e acredite: vai fazer diferença em algum momento!
Talvez seus colegas engenheiros, médicos ou advogados, invejem o fato de que você passa o dia todo pesquisando bares e bandas para a festa de fim de ano do escritório. Seus pais podem não entender como você pode estar trabalhando se não sai do tal do Facebook.
Vai ter gente achando que sua conversa sobre a psicologia das cores e de como elas devem ser usadas em um trabalho para uma melhor percepção de imagem uma grande loucura, mas os loucos entendem sua própria loucura e, talvez, sejam considerados loucos por entenderem muito mais do mundo do que os ditos normais.
O cara do marketing é um boa praça. Um solucionador de problemas, amigo de todo mundo. Ok, talvez ele não seja amigo de todo mundo, mas ele pelo menos tenta entender cada um e agir de acordo com o que ele acredita, para ele e para o outro.
Ele é muitos em um. Ele é um em muitos.
Todo mundo tem um pouco de cara de marketing e, o cara do marketing, tem um pouco de todo mundo. Foi assim que aprendi a ser e é assim que falo para os aspirantes à publicitários que é assim que tem que ser.
Muita gente já me confidenciou ter escolhido a publicidade por me ouvir falar da área com paixão. Nunca vi quem tivesse se arrependido. Pelo menos nenhum desses que incentivei.
Sou publicitária. Sou “a mina do marketing”. Sou boy de luxo. Sou produtora de eventos. Sou redatora. Faço arte. Edito vídeo. Escrevo matéria. Escrevo para blog, crio imagens para o facebook, decoro festa, faço pesquisa, falo com cliente... Aprendi a me virar sozinha, faço o que eu amo e faço com prazer.
Sou uma apaixonada por comunicação em todas as suas formas e de várias formas exerço minha formação, porque para mim o publicitário é isso: é o cara do marketing, o “1001 utilidades”, o “ todo mundo usa” e o “amo muito tudo isso”.
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