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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A sobreposição do ser ao saber

     Anos atrás o modelo ideal de mulher tinha forma arredondadas, podemos ver em obras literárias e plásticas que as musas não eram mulheres magras ou cheias de curvas; pelo contrário, elas eram o que podemos chamar de rechonchudas, ainda falando sutilmente de suas formas. Nos dia atuais, em contrapartida, uma gordurinha mínima já é motivo de desespero para muitas mulheres. O que elas desejam (e eles também) são corpos perfeitos, seios fartos, cinturas finas e um quadril "generoso"; tudo bem durinho, graças a horas de malhação.
     Houve também uma época em que uma mulher devia ser extremamente magra, sem uma curva sequer. Na verdade, ainda existem muitas pessoas que ainda acreditam viver nessa época; doenças como anorexia e bulimia tem afetado cada vez mais mulheres, e, o que talvez seja pior, mulheres, meninas, cada vez mais jovens e que nem deveriam estar se preocupando com as formas de seu corpo.
     É algo natural do ser humano estar insatisfeito com seu corpo, existe sempre alguma coisa que desejaríamos que fosse diferente: alguns quilinhos a menos, alguns centímetros a mais, um nariz menor, cabelo mais liso. Não acredito que querer ser melhor, mais bonita seja um problema; o que é preocupante na sociedade contemporânea é o exagero com que isso vem sendo tratado, os sacrifícios e até mesmo loucuras a que as pessoas se submetem em busca do corpo perfeito. Chegamos a um ponto em que o físico é mais importante que o intelecto, está acontecendo uma mudança de valores: o aparecer está se sobrepondo ao saber.
     É preciso que as pessoas se conscientizem do mal que fazem a si mesmas e estabeleçam escalas de valores reais para suas vidas. A sabedoria é algo que pode ser passado para gerações, uma importante herança que podemos deixar para a geração futura. A beleza, ainda mais a beleza artificial, construída através de pílulas emagrecedoras, mesas de cirurgias plásticas e clínicas de estética; esta é finita e nada pode acrescentar nem para quem a detém e, tão pouco, para nossos descendentes.

Varal Eletrônico - Site da Faculdade Cásper Líbero
2005 

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