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terça-feira, 27 de março de 2012

Tenho preguiça de quem não gosta de BBB


Chegará ao fim, essa semana, mais uma edição do Big Brother Brasil, programa que divide o público entre adoradores e críticos ferrenhos. Essa edição, em especial, foi marcada por ainda mais polêmicas, com direito a suspeita de estupro e envolvimento da polícia para eliminação de um brother e sabem o que é que eu acho de tudo isso?

Claro, acertou quem respondeu com o título do post... Tenho preguiça! Tenho preguiça de quem fala que é um programa de massa, puramente fútil e que não tem nada de bom... Tenho preguiça de falso moralista que fala que não assiste BBB, mas que sabe tudo o que rola... Tenho preguiça de falso cult e preguiça de quem ficou fazendo pressão pro suposto estuprador ser eliminado!

Quando falo de preguiça de quem não gosta de BBB, me refiro a uma preguiça geral de quem só sabe criticar as produções culturais e populares brasileiras... Lembram do dia que falei sobre o (mau-)humor  e da discussão sobre o pagode? Então, a dinâmica para mim é mais ou menos a mesma: um monte de gente preconceituosa (ou, simplesmente, falsa... que não tem coragem de dizer que também aprecia uma boa futilidade), criticando algo pelo simples prazer de criticar, sem saber enxergar o lado positivo que aquele produto pode ter.

Recentemente, para a minha monografia, li o livro “Por que os reality shows conquistam audiências?”, que trata sobre o histórico e o papel dos reality shows na sociedade, não apenas brasileira (pois também é muito simplista e hipócrita dizer que a TV brasileira é que é um lixo e se entupir de “porcarias” pela TV a cabo – quanto a isso, aliás, preciso fazer um parênteses curioso: lembro um dia uma amiga que dizia não assistir novela, BBB e esses programas populares todos brasileiros confessando que estava vidrada no “American Idol”, porque, sim, ela também tinha sua parcela de futilidade... Mas aí, eu te pergunto, salvo as proporções dos custos de produção e consecutivamente qualidade de montagem artística da versão americana para a brasileira, “American Idol” e “Ídolos” não são as mesma “porcaria”?), e que age quebrando certo paradigmas e fazendo pensar.

Todo ano, é só o BBB começar para meu e-mail lotar de crônicas que meus tios, já meio velhos coitados e antiquados, coitados, mandam detonando o programa. E ai se eu vou passar o fim de semana na casa de um deles e fico assistindo, a frase recorrente é: “Não sei como você gosta disso, é só pouca vergonha, credo!”... Bocejo. Preguiça.

Gosto. Gosto sim e adoraria ser uma BBB um dia (vamos fazer uma campanha a meu favor?)... Gosto sim e não vejo futilidade apenas. Gosto e são três os motivos principais:

1. Analisar as ações de merchandising, porque sou publicitária e me interesso pela forma como as marcas se expõem no mercado e gosto de pensar nas estratégias: “caramba olha que ação diferente o Guaraná Antártica fez” ou, “olha o Super Bonder, raramente faz propaganda, mas encontrou um jeito legal de mostrar a eficácia do produto”... Muitas vezes o pensamento também é: “nossa, produção, que merchan forçado, hein?” ou “ok, a ideia é animal, mas a criatividade passou dos limites, não é não, Minuano?”. A percepção positiva ou negativa que eu tenho de uma ação, aposto que outras pessoas também tem e repercutem sobre a marca... Ver também os artistas que participam das edições, reforçando o sucesso ou estratégia de carreira de sua marca-artista... Os filmes nacionais que viram cineminha do líder e nada mais são que também um merchan para o lançamento daquela produção... O licenciamento de produtos do BBB... É tanta coisa que é uma delícia essa análise para a publicidade! E, aliás, que delícia o BBB também para os publicitários que trabalham com eventos ou, até mesmo, para os arquitetos decoradores, não é não? O que são aquelas festas? Aquela casa? Ah... Meu interesse é mercadológico!  

2. Entender as ações e relações humanas, porque as pessoas começam o programa de um jeito e depois as alianças, a pressão, o jogo etc. fazem com que elas mostrem outra(s) personalidade(s) e no nosso dia-a-dia vemos isso também, no ambiente de trabalho, entre os amigos e familiares... Talvez de uma maneira mais sutil, visto que ninguém está confinado e, muito menos, sendo vigiado por câmeras 24h, mas todos passamos por isso também... Nós e as pessoas que nos rodeiam... Fora as discussões levantadas na sociedade: o caso da transsexual, da homofobia, da bulimia, a quebra dos preconceitos com determidados tipos humanos...  Meu interesse é psicológico, é sociológico... É humano!

3. Unindo os dois interesses primários, para terminar, entendam que gosto de marcas e de pessoas, assim o que me interessa, também, é ver como as pessoas cuidam da própria imagem. Você, Renatinha, sai pegando geral na balada! Que ótimo, que lindo, muitas mulheres fazem realmente isso; mas será que, na frente de todo mundo (mais do que o Brasil inteiro, que, dane-se não paga suas contas – ou paga, visto os fãs conquistados – ou não – podem ter impacto na sua carreira; penso no seu pai, sua mãe e talvez na sua avózinha mega tradicional), tem necessidade de fazer isso também? E, aliás, vamos fazer o alinhamento desse discurso? Na hora de pegar geral: “I’m sexy and I know it”, mas no dia seguinte incorpora-se a Madalena arrependida e solta um “Nossa amiga, que feio, né, pegamos na primeira festa?”... OI?!?! Beijar quem quer que seja na primeira festa foi a atitude menos chocante que eu vi! Isso para mim é marketing pessoal... Saber alinhar sua personalidade com seu discurso, sendo autêntico e, ainda assim, conquistando a admiração alheia. Renatinha, a mim, não conquistou. Não pela vadiagem em si (afinal, já me disseram um dia que “Deus, deu para dar!”), mas pelo falso moralismo! Vejo que Grazi e Sabrina foram duas coerentes dentro da casa e que mantém essa coerência até hoje... Aliás, são sucesso até hoje. Diego Alemão foi o cara que mais admirei lá dentro e ele conquistou muita gente também. Personal branding. Isso muito me interessa...

E, para finalizar, comentário rápido sobre o caso Daniel: Monique não se sentiu molestada. Acordou no dia seguinte e, muito feliz, cumprimentou o rapaz. Por mais que não se lembrasse dos detalhes da festa (e do amasso), em momento algum reclamou do acontecido... E aí, eu te pergunto, o que o povo de fora tinha que ficar tão revoltado com a situação, se a própria “vítima” não estava se importando com isso? Vamos cuidar cada um de nossa própria vida, meu povo! Não entendo gente que se rebela pela causa alheia... mas isso já é assunto para outro post...

Um comentário:

  1. Super concordo com tudo dito e apoio a tua participação no BBB. Vais bombar! Hahaha

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