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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sobre aquela nossa música...



Lembrei de você. Na noite passada fui naquele bar que estivemos em um dos nossos último encontros. O DJ continua o mesmo e, adivinha, ele tocou todas aquelas músicas que a gente cantava um para o outro.

Tive vontade de pegar o celular e te mandar, só de sacanagem, um áudio com aquele trecho que você me mandou no meu aniversário, só que dessa vez a melodia soou diferente.

Sabe, embora você não saiba, chorei muitas vezes escutando nossa playlist. Era meio ridículo porque mesmo as canções mais felizes me deixavam com os olhos um pouquinho marejados...

Quando eu saia pra curtir, por mais que risse, dançasse e me divertisse, sempre que aquelas músicas tocavam sentia um nózinho na garganta.

Queria te ligar e cantar todas aquelas letras e mais umas outras que quando eu ouvia me lembravam você. Os cantores falavam por mim e diziam tudo aquilo que eu não achava palavras para dizer para você.

Você era o motivo do meu riso e do me choro, do meu tesão e do meu amor; e, sem poder te ligar, não era raro eu sentir as lágrimas rolarem sem querer, quase como suplicando: por favor, volta.

Na noite passada cheguei a pegar meu celular para gravar e te mandar o refrão. Cantei e dancei como sempre fiz, mas, dessa vez, nenhuma lembrança me veio a cabeça.

Ok, eu confesso, pensei sim em você. É impossível não lembrar todas as vezes que cantamos juntos. Acontece que dessa vez o coração não pesou, foi estranho, mas foi bom.

Guardei meu celular e, de repente, já nem fazia mais sentido querer te procurar. Sim, lembrei de você, mas e daí? Não senti saudade, nem queria te dizer nada inspirada naquelas palavras... ia te ligar para dizer o quê?

Agora é na rádio. Acabou de começar. Essa praga dessa música nossa toca toda hora!!! Era assim que eu costumava pensar, mas raí eu ouvia e ouvia de novo e de novo. Eu cantava sofrendo e pensando em nós dois...

É engraçado como o tempo é, né?! Das últimas vezes que ela tocou no rádio eu troquei de estação. Não que a música me incomode, isso não. Eu só ia trocar porque já enjoei mesmo dela e de (sofrer por) você.

Tá, pode ser que no começo eu estivesse apenas tentando fugir dela, mas depois eu comecei a enjoar de verdade e aí procurar um novo hit começou a ser meio automático e tem tanta música mais nova agora!

Na noite passada, não tinha como nem porque eu sair da pista. Ouvi nossa música todinha e, poxa, ela é bem legal mesmo, né?! Foi nostálgico, mas foi bom.

Foi meio como ouvir Spice Girls e lembrar das coreografias. Ou talvez Backstreet Boys. Sempre que escuto As long as you love me vem aquela sensação gostosa, de uma fase inocente, quando eu achava que o Nick Carter era o cara perfeito e que a gente ia ficar junto. Não que você chegue aos pés de Nick Carter, é claro, mas foi meio que o mesmo sentimento: foi legal, lembro dele, mas passou.

Tem gente que fala que o ruim de acabar um namoro é ver se estragar um monte de músicas que a gente gosta... Mas não tem fim de namoro que acaba com música boa não! O que tem é amor mal curado, ferida não cicatrizada, tem gente que ainda tá enjoada!

Na noite passada eu vi que estava curada. Que nada mais me incomodava e que pra mim já tanto fazia como você estava. É óbvio que eu lembrei de você, afinal não sou nenhuma senhorinha com a memória comprometida, mas não precisamos mais conversar sobre isso. E, aliás, não tem mais nada para falar.

Pera, moço, nessa música não.

Aumento o volume e só quero dançar.


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