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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Os amores do metrô, da balada, da internet...



"Você acha que na balada você vai achar alguém que preste?" 
"Vai em bar... Em bar que rola as coisas!" 
"A gente se conheceu em uma livraria."
"Vai ao museu, teatro... Nesses lugares que tem gente legal..."

Onde é que você acha que vai conhecer o amor da sua vida? Sério, responda sinceramente.

Dia desses, com amigos em uma mesa de bar, discutíamos justamente isso: os amores do metrô, do bar, das redes sociais... Parte do grupo defendia que nunca tinha visto uma paquera rolar no bar e lá, naquelas pelos menos 3h em que ficamos observando, não vimos mesmo nenhum rapaz se aproximar de uma moça desconhecida, nem vice versa.

Se cara de balada não presta, onde vou arrumar um cara legal? Como fazem as pessoas que não frequentam esses ambientes? Me pergunto isso...

Museu, livraria, fila do banco... Dia desses uma amiga disse que leu uma matéria que o supermercado, a noite, durante a semana, era um bom lugar para paquerar! Mas aí eu fico pensando: se alguém me aborda assim, nesses lugares, confesso fico constrangida... Tenho medo até!!! Muito jeca? Talvez...

No metrô admito que muitas vezes me apaixono e sinto o coração quebrar em mil pedaços assim que chega minha estação (ou a dele). É, nunca rolou nada, pena (Alô, executivo, surfista, moreno, alto, bonito e sensual da linha verde! Tô de olho nu sinhô!)... No ônibus, por outro lado, já recebi algumas cantadas, rapazes educados e bem simpáticos. Morri de vergonha!!! Por óbvio nunca mais vi nenhum deles e, sinceramente, não me imagino chegando em casa e dizendo: "Mãe, esse é o Fulano, meu namorado, a gente se conheceu no metrô/supermercado/meio da rua..."

Dia desses, num ônibus de viagem, fiquei conversando com uma senhorinha cega e muito simpática, dona Cidinha, um amor de pessoa, que em pouco mais de 1h de viagem me deu várias lições de vida. Ela estava indo encontrar o namorado, ia passar o fim de semana na chácara dele, os olhinhos brilhavam e o riso não saia da boca... Ahh! O amor! Conversa vai, conversa vem, ela me contou como se conheceram:

- Então, eu participo de um programa de rádio, sabe? Não, não é como locutora não, eu sempre ligo lá, peço música... Aí sempre ouvia um moço que ligava para lá também e pensava: "Nossa... Que voz bonita!"... Um dia comentei com a minha amiga e ela me falou: "Cida, você não lembra dele? É o (... desculpem-me a falha, não lembro o nome dele), que estudou na mesma escola que a gente!"... Ahh, menina! Eu lembrava dele, mas nunca tinha conversado, sabe? Aí um dia liguei na rádio e falei no ar: "Quero mandar um recado: Se o (...) de Paraíbuna ligar aí, fala que a Cida de São Bernardo está mandando um beijo e se ele pedir pode passar meu telefone pra ele!"... Aí passou uns 15 minutos ele ligou e ficamos conversando, ele falou que lembrava de mim, da minha voz, mas só que nada da gente se encontrar. Aí, um dia, ele perguntou se eu ia na festa dos ex-alunos da escola, falei que não e ele disse "Mas como é que eu vou te ver?", daí falei pra ele: "Vem pra cá ué!"... Ahh! Tô tão feliz! Nunca achei que ia encontrar alguém assim... Ele é tão carinhoso, tão bom comigo...

É dona Cidinha... Não é fraca não!!! Ligou na rádio chamou o moço na chincha e tá aí, felizona... Me contou que está pensando em se mudar para São José dos Campos, para ficar mais perto dele, mas se preocupa com a irmã doente, que acha que pedirá para a sobrinha cuidar. Sim, ela é cega, mas é ela quem cuida de uma irmã! Dona Cidinha, mal te conheço, mas torço pela sua felicidade, viu? Eu dormiria lindamente aquela 1h de viagem toda, mas, com certeza, ganhei muito mais falando com a senhora!

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Os pais de uma amiga se conheceram no lendário Em nome do amor, do mestre Silvio Santos... É, aquele mesmo do binoclinhos e do baile... "É namoro ou amizade?" perguntava Senor Abravanel aos casais que se formavam. Se você nasceu nos anos 80 certamente se lembra disso! Estão casados e felizes até hoje! Pensa naquele cara que está hoje participando do Dança Gatinho, do Rodrigo Faro! Você pode até rir dele hoje (e eu rio de muitos, confesso), mas amanhã ele e aquela menina que o beijou podem ser os pais do amiguinho de escola do seu filho e terem o casamento mais feliz de que você terá notícias! E pensar que você riu... E pensar que, talvez, eles sejam pais do amiguinho de escola não do seu filho, mas do seu sobrinho, visto que você encalhou de tanto escolher e ficou literalmente pra titia!



Na era digital, o amor também entra na onda e um aplicativo que te permite curtir pessoas que te interessam e se conectar com aquelas que também se interessam por você faz sucesso entre os jovens e os nem tão jovens assim. Ahh! O Tinder! Um zoológico humano onde você vê e lê de tudo!!! Quantos matches são precisos até encontrar alguém realmente legal? E depois do contato virtual? Marcar ou não marcar um encontro real? E a coragem que é preciso ter para sair de trás da tela do celular/computador para a tal mesa de bar? E se ele for chato pessoalmente? E se não for tão bonito assim? E se for maníaco? E se for fedido? E se beijar mal? E se? E se? (leia o texto, FANTÁSTICO, do Casal sem Vergonha sobre isso, clicando aqui)

Tenho amigas que conheceram os namorados no finado Orkut... Uma vai se casar nos próximos dias e penso na coragem que ela teve. É a mesma que eu ou você vamos ter que ter se quisermos sair com alguém do Tinder. É a mesma que alguém um dia teve se decidiu conhecer alguém do mais finado ainda Chat Uol.

E agora? Onde mais encontrar? Se você já saiu da faculdade e nem a pós graduação (ou qualquer outro curso ou viagem) salvou sua vida amorosa, sobra apenas a opção do trabalho: Mas onde se ganha o pão, não se come a carne... Mas pão com carne é tão bom... Mas no meu trabalho não tem ninguém... Mas o gatinho do marketing é comprometido...

O gostosão da academia nem me dá bola, o personal é casado, a moça da recepção só curte nerd e a gostosona é tão metida que nem olha pra mim... Nunca vejo meu vizinho do lado, no apartamento de cima só tem um casal de velhinhos e no de baixo uma república com um monte de moleque babaca! Minhas amigas só têm amigas mulheres, meu amigo gay só tem amigos gays... Na igreja fico com vergonha de olhar pras pessoas e abordar assim, sei lá, e o filho do dono da padaria... Ahh! Esse é bonitinho, mas... já mencionei que tenho vergonha de falar com as pessoas em lugares assim?

Muitas vezes no trânsito, já reparei no motorista simpaticão atrás do volante de um carro esportivo ao lado. Muitas vezes já pensei em protagonizar uma daquelas cenas de comercial de TV ou de novela, em que a pessoa pede pra outra abaixar o vidro e entrega a ela um cartão (ou nos casos mais passionais, atiram o aparelho celular no carro do outro para ligar depois e conhecer aquele que ficou como seu guardião)... Enquanto imagino a cena o farol abre e o carro ao lado some da minha vista tão rápido que nem mesmo a tal coragem de dar meu telefone tem tempo de chegar!




É amigos... Não é fácil não!

Eu sei lá onde vou conhecer o meu amor... Sei que é preciso coragem! Pra enfrentar um encontro às cegas, pra topar se expor na TV (ou rádio, Cidinha, sua linda!), pra encarar os olhares e ouvidos curiosos da multidão quando alguém te aborda em um lugar diferenciado, pra mandar ou responder a um bilhetinho escrito num guardanapo entregue pelo garçom do bar.




Vai, chega perto da garota e faz um elogio! Não grita: "Ôô gostosa", porque isso você já sabe que ela não gosta, mas puxa uma conversa, entrega seu cartão. E você, moça, ignore os olhares em volta! Responde o moço! Chama o garçom e manda seu facebook pro loirinho da mesa perto do banheiro, pergunta praquele moreno alto fazendo compras sozinho que vinho ele te indica... Olha pro carro do lado e, se gostar, abaixa o vidro! Vai que ele também está com o vidro aberto para interagir com você? Toma um café no shopping com o cara do Tinder e deixa sua amiga avisada sobre onde vai estar; se inscreve no BBB... tantos casais já sairam de lá! Come pão com carne no happy hour... Se joga!

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